domingo, 11 de maio de 2008
Tem sido apontada como causa primeira do colossal aumento de preços a disponibilidade de oferta muito próxima do valor do consumo do petróleo bruto convencional, o petróleo leve a que nos referimos quase diariamente.
O atraso do arranque de novos projectos, motivado pela retracção do investimento, parece ter sido o grande responsável pela situação dramática a que se chegou.
As descobertas e a declaração de novas reservas após terem registado uma forte subida, quase estagnaram a partir do ano 2002. Foi a partir desta data que se verificou um inusitado aumento dos preços de mercado. De facto, o valor do barril de transacção em Bolsa, passou dos 26 dólares nessa data, para os actuais mais de 110. Mais do que quadruplicaram.
É preocupante a taxa de declínio que se está a registar nos maiores campos petrolíferos, em actividade há mais de 50 anos, sem que se tenham vislumbrado novas grandes explorações, pelo menos de dimensões idênticas às que existiram no passado.
Dos três maiores campos petrolíferos actualmente em exploração, o saudita Ghawar Field apresenta uma taxa de declínio de 8 por cento ao ano, o Burgan Field do Kuwait apresenta 14 por cento e o mexicano Cantarell nada menos do que 15 por cento.
O anúncio da eventual descoberta de uma grande bolsa petrolífera no Brasil, avaliada em 33 mil milhões de barris, ficaria colocada em 4º lugar no ranking das maiores do mundo e poderia, por si só, ajudar a colmatar a previsível escassez do mercado, a exigir um acréscimo de abastecimento médio anual da ordem dos 1,8 milhões de barris diários.
Apesar das características da bolsa ainda estarem insuficientemente detalhados, dado que se desconhece a profundidade de localização da bolsa, viscosidade, densidade, teor de enxofre ou acidez do petróleo em questão, a confirmação da descoberta será uma muito boa notícia para o sector e para os mercados dependentes da sua importação.
E para o povo brasileiro que irá beneficiar directamente dos resultados daí advindos.
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