terça-feira, 25 de novembro de 2008

Comecemos por admitir que a energia assumiu uma posição dominante na extensa agenda política económica, demasiado rapidamente para que permitissem ser encontradas vias de estabilização. Apresenta-se, nas suas várias formas, como símbolo de desenvolvimento económico e, ainda mais, de riqueza e prosperidade. Consequentemente, o acesso e o controlo dos recursos energéticos constituem uma preocupação central dos governantes e de todos aqueles que se encontram envolvidos em processos de produção industrial.

As disponibilidades são abundantes, mas apresentam-se desigualmente distribuídas entre países e povos, mesmo dentro das suas próprias fronteiras políticas, raramente coincidentes com fronteiras naturais.
Os actuais padrões de produção e de distribuição vigentes nos países ditos industrializados, muito provavelmente não poderão continuar a ser mantidos por muito mais tempo e a tendência para a imitação por parte dos outros irá causar irreparáveis danos ecológicos.
A incessante procura de mais recursos energéticos pelos grandes consumidores provocaram profundas alterações que forçaram a economia industrial mundial a depender ainda mais das limitadas fontes de energia.

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J. Caleia Rodrigues
Oeiras, Tagus Park
25.Novembro.2008

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Preços caíram para valores não atractivos para investidores. Procura energética diminuirá em 2009.
A Agência Internacional de Energia (AIE) vai, novamente, rever em baixa a procura de petróleo para o próximo ano, numa altura em que o preço do ouro negro está em queda livre e, segundo o director da agência, ameaça futuros investimentos na exploração de reservas petrolíferas.
No World Energy Outlook, publicado ontem, a AIE dá conta que os preços do petróleo “caíram demasiado” e que é necessário um preço de 80 dólares por barril, para estimular o investimento empresarial na exploração de novas reservas.
Isto no mesmo dia em que o petróleo negociou abaixo dos 58 dólares por barril, um preço que os eventuais investidores acreditam ser pouco compensatório em relação aos custos de exploração das reservas de crude.
“Abaixo dos 80 dólares não há hipótese de investir porque um barril custa 25 a 30 dólares só na parte do projecto de exploração”, explica José Caleia Rodrigues, especialista em energia, que lembra os custos de extracção no fundo do oceano Ártico, nas areias betuminosas. “Sem investimento, o nível de produção actual só está garantido até 2012”, acrescenta.
As notícias que deram conta da possibilidade da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) cortar a produção da matéria-prima em mais de um milhão de barris por dia não conseguiram estancar a descida nos preços. Os receios de uma recessão económica mundial continuam a empurrar as previsões da procura energética em 2009.
O director da AIE, Nobuo Tanaka, considera, por isso, que existe “o risco de as reservas não serem exploradas com a velocidade necessária para responder ao crescimento da procura global nos próximos anos”. A AIE acrescentou, ainda, que vai ser necessária uma “capacidade de produção adicional em cerca de 30 milhões de barris por dia” em 2015.
Procura vai continuar a cair
A agência já reviu em baixa, por sete vezes, as previsões da procura energética global em 2008. E, segundo Gareth Davies, analista do Dresdner Kleinwort Group e antigo funcionário da agência, “a AIE vai, provavelmente, rever novamente em baixa os seus números da procura”.
Quatro antigos analistas da AIE afirmam que a agência vai cortar as suas previsões em cerca de 700 mil barris por dia. Números que poderão ser agravados em 2009, segundo Ian Taylor. O director executivo do Vitol Group acredita que, no próximo ano, “o consumo de crude pode diminuir em cerca de 1 milhão de barris por dia”.
A crise mundial explica parte da quebra na procura energética mas, para David Knapp, não explica a totalidade do problema. Para o antigo director de mercados da AIE, e actual membro do Energy Intelligence Group, a agência tem sido “demasiado optimista em relação à procura nos últimos anos”.
Preço do barril no mínimo de 20 meses
O preço do barril de crude caiu para o valor mais baixo dos últimos 20 meses (56,89 dólares), devido à especulação de que a Agência Internacional da Energia vai rever em baixa a sua previsão para a procura mundial de petróleo em 2009. O brent – que serve de referência para a economia portuguesa – também registou uma quebra, para os 53,29 dólares por barril. “É difícil ver o que irá parar esta descida do preço”, afirmou Tom Bentz, analista senior de energia no BNP Paribas, em Nova Iorque. “É mais do mesmo. O mercado está a mover-se de acordo com as preocupações sobre a economia mundial”, acrescentou. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que anunciou um corte de 1,5 milhões de barris por dia no fornecimento para tentar estancar os preços, poderá reunir outra vez antes do encontro previsto em Dezembro, indicou o ministro líbio do petróleo.

Agência Internacional de Energia 2008-11-13 00:05
Diário Económico
13.Nov.2008
Luís Reis Pires

quinta-feira, 6 de novembro de 2008




quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Destaque:

Evolução recente e prospectivas de evolução da questão energética internacional

O período que decorreu entre meados de 2007 e de 2008 foi fértil em acontecimentos muito marcantes no sector energético, sobretudo no que se refere ao petróleo, na sua qualidade de matéria-prima estratégica.
Desde as alterações introduzidas na composição da OPEP até ao turbilhão por que passaram os preços do crude, a obrigar a uma profunda inflexão para outras fontes energéticas alternativas e ao entendimento que, investir massivamente em novas localizações de bacias petrolíferas, será inadiável.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Há 20 meses que o petróleo não estava tão barato. Em Londres, no mercado de referência para a economia portuguesa, o barril está a ser vendido, esta manhã, a 58,88 dólares.

José Caleia Rodrigues, especialista em geopolítica do petróleo, refere os factores de abrandamento da procura do petróleo

Menos um dólar e meio do que o valor com que tinha encerrado ontem, um dia em que o valor do petróleo tinha já registado quedas acentuadas.
O preço do crude não estava num preço tão baixo desde Fevereiro de 2007.
Os analistas vão explicando esta descida com o abrandamento da economia. A diminuição da procura de petróleo tem feito baixar o preço que, no Verão, chegou perto dos 150 dólares por barril.

José Caleia Rodrigues, especialista em geopolítica do petróleo, associa a redução da procura ao abrandamento da economia, mas também ao facto de «o investimento no sector petrolífero não ser tão atractivo, como era há um tempo, e o risco de investir continua a ser elevado e de grande responsabilidade».

TSF
4.Nov.2008 (10h19)