domingo, 3 de maio de 2009

A jornalista Marina Alves Francisco falou com o presidente da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira, sobre a entrada em funcionamento do campo Tupi, na Bacia de Santos, uma das mais ricas reservas de petróleo do mundo
Caleia Rodrigues, especialista em petróleo, diz que é excessivo dizer que Portugal vai tornar-se auto-suficiente na área da energia com o negócio da Galp

O presidente executivo da Galp Energia afirmou, esta sexta-feira no Rio de Janeiro, que o início da exploração das gigantescas reservas de petróleo ao largo da Bacia de Santos correspondem a mais um passo para que Portugal consiga alcançar a auto-suficiência.
O presidente executivo da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira, que se deslocou ao Brasil para participar na cerimónia de início de exploração do campo Tupi, onde a Galp detém uma participação de 10 por cento num consórcio liderado pela brasileira Petrobras, juntamente com o BG Groupe, afirmou que os recursos da empresa portuguesa «já são suficiente para atingir o objectivo estratégico de produção de 150 mil barris por dia».
Manuel Ferreira de Oliveira, sublinhou ainda que as actuais reservas de petróleo e gás da Galp, avaliadas em 2,1 mil milhões de barris, «significam que, se fosse possível utilizá-las todas simultaneamente» a empresa seria capaz de «abastecer todo o mercado nacional durante 21 anos».
O presidente reforçou a sua convicção de que a actual administração da Galp «está claramente a construir uma empresa de petróleos de média dimensão» após a sua aposta no Brasil.
Com o início da produção de petróleo no Tupi, a Galp vai investir 263 milhões de euros num poço que se estima que esteja a produzir em força no final de 2010, ao ritmo de 100 mil barris diários.
Entretanto, Caleia Rodrigues, especialista em petróleo, disse à TSF que é exagerado dizer que esta exploração da Galp no Brasil é meio caminho andado para que Portugal se torne auto-suficiente em petróleo.
«Não posso relacionar directamente uma coisa com a outra. Um facto é uma empresa petrolífera que dispõe de recursos importantes e outro é que o país possa gozar dessas vantagens», afirmou.

TSF
2.Maio.2009
10h22