segunda-feira, 22 de setembro de 2008
A Shell suspendeu este sábado as entregas de petróleo, ao declarar o estado de “força maior" no terminal de Bonny, devido aos recentes ataques às infra-estruturas da empresa por um grupo armado. A Nigéria é o terceiro maior fornecedor português.
A petrolífera Shell suspendeu este sábado as entregas, ao declarar o estado de “força maior" no terminal de Bonny, no sul da Nigéria, devido aos recentes ataques às infra-estruturas da empresa por um grupo armado.
A cláusula "força maior" permite à empresa suspender as obrigações contratuais, como as entregas de petróleo e de gás, devido a movimentos imprevistos, sem ser penalizada. Na última semana, o Movimento para a Emancipação do Delta do Níger, principal grupo armado do sul da Nigéria, reivindicou seis ataques contra a Shell, depois de ter anunciado uma "guerra do petróleo". No entanto, a petrolífera apenas reconheceu dois atentados.
Em declarações à TSF, Caleia Rodrigues, especialista em geopolítica do petróleo, explicou que, se a suspensão das entregas se prolongar por muito tempo, pode provocar consequências graves, principalmente nos países que não tem reservas estratégicas de petróleo.
Apesar dos Estados Unidos e da Europa Ocidental terem «reservas estratégicas de petróleo, que dão para 90 a 100 dias», os asiáticos não dispõem de nenhuma, «tendo de ir ao mercado», sendo que as «coisas podem ficar feias», porque «há escassez e os grandes produtores não são capazes de aumentar a produção», explicou.
Caleia Rodrigues explicou que Portugal também pode fazer uso das reservas estratégicas, que dão para 90 a 100 dias de consumo, como forma de resistir a uma paralisação da produção na Nigéria, o nono fornecedor de petróleo no Mundo.
Ainda que acredite que a situação na Nigéria seja «transitória», o especialista alertou que a Nigéria é o «terceiro maior fornecedor português», depois da Líbia e do Brasil.
TSF
20.Set.2008 – 15h23
Etiquetas: Publicações (Citações)