quinta-feira, 10 de julho de 2008

O campo brasileiro é o mais valioso do mundo.
A descoberta das maiores reservas de petróleo do mundo, em Tupi, no Brasil, revolucionou a indústria petrolífera a nível mundial. São entre cinco a oito mil milhões de barris de crude a mais de nove quilómetros de profundidade, ao largo da baía de Santos, no estado do Rio de Janeiro. Ao preço actual do barril, que ronda os 137 dólares, as reservas de Tupi valem entre 685 mil milhões de dólares e 1,1 bilião de dólares (435 mil milhões e 697 mil milhões de euros).
“O Brasil tem nas mãos o maior campo petrolífero do mundo e está agora a par, no panorama mundial, de superpotências como a Rússia e a Arábia Saudita”, explica José Caleia Rodrigues, especialista em questões energéticas.
As reservas milionárias de petróleo no Brasil estão a 250 quilómetros de distância da costa do estado do Rio de Janeiro. Debaixo do mar, os poços estão a nove quilómetros de profundidade e têm temperaturas que chegam aos 260 graus centígrados. É a difícil acessibilidade do campo petrolífero de Tupi que faz com a exploração dos poços seja tão cara.
Peter Wells, director da empresa de pesquisa norte-americana Nettex Petroleum Consultants, fez os cálculos e garante que os trabalhos na zona de Tupe custarão qualquer coisa como 155 mil milhões de euros, mais ou menos o valor do financiamento do programa espacial norte-americana pelos próximos catorze anos. A Galp, com uma participação de 10% no bloco BMS-11, um dos três da região de Tupi, terá investir qualquer coisa como 6,5 mil milhões de euros para fazer a extracção de petróleo.
A Petrobras, que lidera o grupo de empresas petrolíferas que vão explorar os campos de Tupi, vai avançar com testes mais profundos no campo brasileiro no terceiro trimestre de 2009. Um ano depois deverão ser extraídos os primeiros cem mil barris diários de petróleo e produzidos quatro milhões de metros cúbicos de gás natural.

Diário Económico
2008-07-10 00:05
Sofia Lobato Dias com A.B.