domingo, 25 de maio de 2008

Os principais fornecedores de petróleo de Portugal apresentam um risco elevado, segundo o “The Handbook of Country Risk”, uma análise da COFACE que mede o índice de risco país a médio e longo prazos.
De acordo com o estudo, entre os 13 fornecedores avaliados, quatro demonstram “muito elevado risco”. São eles: Angola, o Iraque, a Guiné Equatorial e a Nigéria. Quanto aos quatro primeiros fornecedores de petróleo, o risco para a economia nacional baixa. A Argélia que exporta 20.641 mil barris por ano, apresenta “pouco baixo risco”. A Nigéria, ao vender 15.708 mil barris anualmente, tem “um muito alto risco” a médio e a longo prazos. A Arábia Saudita também apresenta um “pouco baixo risco”, comercializando todos os anos 9.023 mil barris. Já o Brasil, que é o nosso quarto país exportador de petróleo, apresenta um “muito alto risco”.
Quer isto dizer que, além da superdependência portuguesa, as transacções efectuadas com estes fornecedores são de alto risco. Um contexto que agrava as despesas do Estado, mas também deteriora o relacionamento entre empresas e consumidores, alertou Caleia Rodrigues.
Para o especialista em economia e política internacionais, que interveio na segunda conferência da COFACE sobre rico país, Portugal tem, urgentemente, que adoptar medidas estratégicas. O alerta não recai apenas no âmbito nacional, mas também no espaço da União Europeia. À excepção da Dinamarca e do Reino Unido, a Europa está numa situação de dependência no que toca a combustíveis, já que consome seis vezes mais do que produz. O académico defende uma ainda maior eficiência energética entre os responsáveis comunitários, considerando fundamental a continuidade do diálogo entre os Estados-membros.
Um facto preocupante para Caleia Rodrigues prende-se com a constante subida das importações de energia, mesmo com a também contínua escalada dos preços do petróleo.
No caso de Portugal, o conselho do especialista não revela qualquer novidade. Para enfrentar a dependência ao nível do petróleo, o nosso país tem que optar pelas chamadas energias alternativas. Só o petróleo representa 71% das nossas importações ao nível energético. Por isso, sustenta: “Tal como todos os países extremamente dependentes, Portugal deve investir nas energias alternativas”.
De acordo com a Direcção-Geral de Geologia e Energia, em 2004, o nosso país foi o quinto Estado da Europa a 15 “com maior incorporação de energias renováveis”.
Recorde-se que a factura energética nacional, no saldo de importações, agravou-se no ano passado em 45,1%, traduzindo-se em 5514 milhões de euros. Em comparação com 2004, a importação de energia subiu 2201 milhões de euros face ao ano anterior.

by Gabriela Raposo