segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A estimativa geralmente aceite é a de que poderá jazer sob a calote árctica um quarto das reservas de petróleo e de gás natural disponíveis no planeta. Por outro lado, seis Estados (Canadá, Dinamarca - via Gronelândia, Estados Unidos da América, Islândia, Noruega e Rússia) podem invocar direitos sobre o leito marítimo em causa, e isto numa conjuntura na qual, nem o enquadramento legal, nem a moldura institucional existente, poderão fornecer as respostas definitivas e pacíficas que seria de desejar. Encontramo-nos perante um imbróglio idêntico ao que está a ocorrer no Mar Cáspio.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A China está interessada em reforçar a aquisição de dívida soberana portuguesa. Para Portugal, é uma ajuda importante para aliviar a pressão dos mercados internacionais, para a China é uma forma de assegurar boas relações com um país da Europa.
Depois da ruptura nas negociações entre o Governo e o PSD para o Orçamento de Estado, os juros da dívida portuguesa a dez anos voltaram a passar a barreira dos 6%. O Estado já marcou uma nova emissão da dívida pública de curto prazo para a próxima quarta-feira, o mesmo dia em que se vota na generalidade a proposta de OE para 2011. O fim das negociações desta semana mereceu a atenção do jornal "Financial Times" que afirma que este impasse "empurrou o país para uma situação mais próxima de uma crise da dívida soberana".
As boas notícias vieram da China que, com a visita a Portugal, a 6 e 7 de Novembro, do presidente Hu Jintao, anunciou a intenção de comprar títulos de dívida portuguesa.
A vice-ministra chinesa dos Negócios Estrangeiros, Fu Ying, garantiu que o país está disponível para comprar títulos do tesouro português e "participar no esforço de recuperação económica e financeira" de Portugal.
Fu Ying adiantou que é um hábito chinês a compra de dívida pública a países onde vão em visita oficial, mas, segundo Fu Ying, "a situação económica e financeira em Portugal tem sido sempre o centro das nossas atenções".
Ao todo, a China detém 302,28 milhões de euros em títulos de dívidas de Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha (menos 60% do que detinha no final de 2009). E esta pode ser uma forma de a China reforçar a sua presença na Europa, escolhendo os países mais endividados e onde há mais oportunidades de negócio e a bons preços.

Porta para a Europa

Para o especialista em política e economia internacional, José Caleia Rodrigues, a China não está interessada em Portugal, mas sim, em usar o nosso país como porta de acesso a mercados europeus, e sobretudo para países com quem Portugal tem boas relações, como o Brasil e os Países Africanos de Língua Portuguesa (Palop). "A China pode ter um interesse geo-estratégico mais do que económico e Portugal é um bom parceiro de entrada em mercados emergentes", salientou José Caleia Rodrigues.
Já o professor da Universidade Nova de Lisboa Miguel Ferreira lembra que a China tem um superavit comercial e tem excedentes financeiros que aplica comprando dívida de vários países. "O interesse em Portugal pode ser a taxa de juro que é alta. O inconveniente é o risco de incumprimento do Estado", explica o professor de Economia, acrescentando que a China deve acreditar que, no caso de Portugal entrar em incumprimento como a Grécia, a União Europeia também avançará com um plano para ajudar a relançar a nossa economia.
Certo é que o embaixador de Portugal na China, José Tadeu Soares, adiantou ontem que a visita do presidente chinês vai ficar marcada pela assinatura de vários acordos e contratos de investimento.
"Vão ser assinados uma série de acordos de maior importância a nível oficial e de empresas. Esperam-se contratos de investimento de grande importância", referiu o embaixador citado pela agência Lusa.
Apesar de não referir exemplos de investimento concretos, José Tadeu Soares falou em contratos no sector do turismo e acordos de "facilitação das relações económicas".

Jornal de Notícias
29.Out. 2010
Ana Paula Lima

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

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"A conjunção de duas situações, como sejam: a) o domínio ajustado entre a Federação Russa e a Arábia Saudita, que produzem 20,5 milhões de barris/dia e consomem apenas 4,6 e b) a excessiva dependência energética dos Estados Unidos que produzem 5 milhões de barris/dia e consomem 20,7 levam-nos a reflectir acerca dos riscos de uma actuação concertada, eventualmente introduzida por russos e sauditas no sector produtivo e no mercado.
Por um lado, a estimativa geralmente aceite, é a de que poderão jazer sob a calote árctica um quarto das reservas de petróleo e de gás natural disponíveis no planeta.
Por outro lado, seis Estados (Canadá, Dinamarca – via Gronelândia, Estados Unidos da América, Islândia, Noruega e Rússia) podem invocar direitos sobre o leito marítimo em causa, e isto, numa conjuntura na qual, nem o enquadramento legal nem a moldura institucional existente, poderão fornecer as respostas definitivas e pacíficas que seria de desejar.
Os dados estão lançados. Encontram-se presentes os quesitos mais que suficientes para a possível ocorrência de uma confrontação económica e diplomática do mais alto gabarito.
Fazemos votos para que os recursos petrolíferos continuem a chegar para todos e que os actores intervenientes se entendam."
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segunda-feira, 17 de maio de 2010


A Administração dos Estados Unidos decidiu reorientar a sua política energética e apresentou o seu novo Plano Energético em finais do passado mês de Março.

Como entendemos que a viragem é demasiado importante para o sector energético internacional e irá induzir consequências muito vastas e de vária ordem, decidimos realizar uma Conferência no ISCSP, no próximo dia 20 de Maio, pelas 9h30, onde iremos ter oportunidade de analisar essas matérias.

quinta-feira, 15 de abril de 2010


O Petróleo representa quase 40 por cento no consumo mundial de energia primária e é uma matéria-prima estratégica, intimamente ligada ao desenvolvimento económico dos Estados e ao bem-estar das sociedades. Mais de trinta anos depois do impacto produzido pela da crise de 1973 na política internacional, o petróleo mantém-se como produto estratégico crítico, na esfera do equilíbrio do poder e do equilíbrio político internacional global. Para além de constituir uma importante arma diplomática é ainda um valioso um produto financeiro. Além de serem produzidos mais de 80 milhões de barris de petróleo, são diariamente transaccionados mais de 40 milhões.

terça-feira, 13 de abril de 2010

"Parece evidente que Portugal poderia tirar partido da vantagem ímpar que constitui a sua localização de pólo de entrada do gás natural na Europa ocidental. Esta poderia ser a grande alternativa ao abastecimento da rede europeia, ou mesmo de desejável complementaridade à entrada do gás natural oriundo do leste, quer seja de origem russa, quer seja de origem iraniana, como tem estado a ser amplamente discutido sem que se vislumbre saída a curto prazo." In SaeR. Relatório Trimestral. Março2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A subida do preço dos combustíveis vai tornar inevitável um aumento de tarifas dos transportes públicos, alerta a Associação de Transportes de Passageiros (ANTROP).
A associação afirma para que o actual cenário é insustentável para as empresas do sector e pede a intervenção do Governo para introduzir medidas que alterem a situação.
Cabaço Martins, da ANTROP, avisa desde já que, se nada for feito, as tarifas poderão aumentar já em Julho.
A baixa da taxa do ISP – o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos – é uma das medidas defendida pelo mesmo responsável, que lamenta os recuos do Governo neste domínio.
Os alertas da ANTROP surgem no mesmo dia em que está em cima da mesa a hipótese de um novo protesto de camionistas, semelhante ao desencadeado em 2008, mas desta vez com dimensão ibérica.
O assunto vai estar esta tarde em debate entre a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas e congéneres espanholas, refere António Lóios.
A Associação dos Transportes Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) é uma das que admite participar na nova vaga de contestação. António Mouzinho afirma que continua a aguardar uma resposta do Governo sobre as medidas sugeridas para enfrentar os problemas suscitados pelo aumento do preço dos combustíveis.
A ANTRAM também pede, como a ANTROP, uma descida do ISP, entre outras medidas: “Existem questões ao nível do direito laboral e a questão das SCUT – que pode ser a gota que pode entornar o copo, uma vez que não existem verdadeiras alternativas às SCUT”, refere António Mouzinho.

Ameaças não preocupam GovernoAs ameaças das empresas de transportes de mercadorias não parecem motivar preocupação acrescida junto do Governo. O secretário de Estado dos Transportes, Carlos Fonseca, considera ser ainda tempo de negociação.
Mas não só a as empresas de transportes pedem ao executivo medidas de âmbito fiscal para suavizar o preço dos combustíveis junto do consumidor – a Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (ANAREC) também indica a baixa do ISP e do IVA como forma de relançar o mercado e evitar problemas de concorrência com o país vizinho.
Virgílio Constantino, da ANAREC, já pediu uma audiência ao Ministério das Finanças.

Combustíveis mais caros a Sul
Algarvios desconhecem que pagam mais por litro de combustível.
Um estudo da Autoridade da Concorrência divulgado pelo “Jornal de Negócios” revela que é na região do Algarve que os preços dos combustíveis são mais elevados – um facto desconhecido pela generalidade dos consumidores algarvios, constatou a reportagem da Renascença na região.
Certo é que o preço do barril de crude vai continuar a aumentar nos mercados internacionais – é essa a análise do Prof. José Caleia Rodrigues, especialista em mercados petrolíferos: os custos de produção e a procura vão continuar a provocar uma inflação de preços.
Na opinião do economista João Duque, a subida do preço dos combustíveis não reflecte um cenário de recuperação económica do país.