segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Os ambientalistas têm vindo a impedir a criação de novos projectos na Europa e nos EUA.
A capacidade de refinação de petróleo em todo o mundo está perto do limite máximo e é um dos factores a pressionar em alta o preço dos combustíveis.
De acordo com o Departamento de Energia norte-americano, nos últimos vinte e cinco anos a capacidade de refinação mundial cresceu apenas 3,75 milhões de barris por dia, passando de 81,59 milhões em 1981 para os 85,34 milhões diários em 2006. No mesmo período de tempo, e de acordo com os dados mais recentes, o consumo de combustíveis aumentou 24,06 milhões de barris por dia, um crescimento bastante superior ao da capacidade de refinação de gasóleo e gasolina.
"A diferença entre a capacidade de refinação e o consumo em 2006 era apenas de 0,88 milhões de barris por dia. O risco é demasiado elevado. Qualquer acidente ou paragem para manutenção põe em risco o abastecimento do mercado", explica José Caleia Rodrigues, consultor e especialista em questões energéticas. Recentemente, os furacões que atingiram o Sul dos Estados Unidos paralisaram cerca de 20% da capacidade de refinação dos EUA. Neste momento, e devido aos estragos causados e ao corte de electricidade, cerca de 8% a 9% da capacidade das refinarias continua sem funcionar.
O estrangulamento da capacidade de refinação mundial prende-se principalmente com os constrangimentos que os ambientalistas levantam na Europa e nos Estados Unidos. As refinarias de combustíveis contribuem para o ‘smog’ e há ainda o perigo do transporte dos materiais pelos camiões. Por outro lado, nos países emergentes começam a surgir projectos de grandes refinarias. São exemplos disso o Irão, a Rússia, o Médio Oriente e a China.
"A capacidade de refinação a nível mundial vai acabar por acompanhar a procura", acredita James Williams, consultor da norte-americana WTRG Economics. O especialista acredita que "o maior problema é a falta de refinarias capazes de produzir gasóleo, que é cada vez mais procurado". Em Portugal, a Galp está agora a fazer obras na refinaria de Sines para aumentar a capacidade de produção de gasóleo. O projecto deverá estar concluído em 2011.

Diário Económico
Sofia Lobato Dias
30.Set.2008